Thursday, October 27, 2005

Mal entendido - ou - Meu diploma - Parte 1


Me dei conta um dia desses de que, sem querer, acabei criando um mal entendido quanto a minha situação profissional aqui no blog.
De vez em quando, eu recebo e-mails de pessoas querendo saber o que foi que eu fiz para conseguir trabalhar como dentista no Canadá e eu me pergunto: "Mas esse povo não lê o blog não? Eu não trabalho como dentista"! Mas foi apenas apos revisar os meus posts que eu percebi que realmente eu não havia sido muito clara.

Assim sendo, resolvi deixar registrada aqui a minha experiência. O meu objetivo não é desanimar ninguém. O relato que se segue diz respeito ao que aconteceu comigo há mais de 3 anos. Muita coisa ou nada pode ter mudado.



"Me formei em Odontologia em dezembro de 1999 e cehguei em Montreal em dezembro de 2001. Meus miseros dois anos de prática no Brasil não foram muito encorajadores. Eu não abri o meu proprio consultorio e acabei trabalhando para outros dentistas, voluntariando na minha faculdade e fazendo mais cursos. Fiquei um pouco desencantada com a situação da profissão em São Paulo. A cidade estava infestada de dentistas e de faculdades de odontologia. Não sei se o mercado se regularizou agora mas quando eu estava por lá, a situação estava de dar medo. É claro que o inicio é dificil para todo mundo e ninguém faz fortuna com dois anos de profissão mas foi um pouco decepcionante.

Tudo isso acabou contribuindo para que eu não olhasse muito para trás no momento da minha mudança. Eu sabia que nada poderia ser pior do que o desrespeito dado ao diploma universitário no Brasil. Quando estava assinando os papéis para a minha imigração eu assinei também um documento dizendo que eu estava ciente de que teria que passar por processos de equivalência para poder exercer a minha profissão no Quebec e que a minha insersão no mercado não seria automática. Tudo perfeitamente compreensivel. Assinei.

Chegando em Montreal tratei logo de validar o meu diploma. Recebi um documento oficial do governo de Quebec atestando que eu tenho tantos anos de escolaridade e que posso carregar o titulo de "Bacharel em Medicina Dentaria". Acontece que aqui a odontologia funciona como o direito no Brasil. Não basta ter o diploma, precisa passar no exame da ordem. Academicamente, o meu diploma brasileiro é válido. Posso fazer mestrado, curso de especialização, pesquisa... so não posso exercer a profissão. Assim sendo, fui procurar a Ordem dos Dentistas do Quebec para me informar sobre o tal exame.

A ordem me passou os formulários e me informou que o exame acontece apenas uma vez por ano. A inscrição deve ser feita até o mês de março ($1.000) e se o seu caso for aceito você pode começar uma bateria de exames que começa no verão e termina no mês de novembro. Cada exame ou entrevista custa entre $3.000 e $5.000 e você tem que trazer o seu proprio material e intrumentos para os examens práticos. Levei os papéis para casa e li tudo várias vezes. Recém casada, sem falar francês ainda, sem grana... meus sogros se ofereceram para emprestar o dinheiro para os exames mas eu fiquei com muito medo.

Algumas semanas mais tarde, recontactei a ordem para fazer perguntas do tipo: Aproximadamente quantas pessoas fazem esse exame por ano? Quantas passam no exame e quantas são reprovadas? Se eu não passar e tiver que tentar de novo, tenho que pagar todas as taxas novamente? Infelizmente, não obtive respostas claras e satisfatorias para nenhuma das minhas perguntas mas a senhora deixou bem claro que a taxa de inscrição já havia sofrido um aumento e de que agora custava $2.000. (Notou o aumento de 100%)?

Foi ai que eu fiquei com o pé atrás e resolvi pesquisar mais. Fui procurar conhecer dentistas que tenham feito o exame e so ouvi historias de horror. Encontrei dentistas brasileiros que venderam o consultorio no Brasil, gastaram TODO o dinheiro com os exames e não passaram, gente que já estava na terceira tentativa, gente que desistiu e voltou para faculdade para começar tudo do zero.Encontrei de tudo. So não encontrei alguém que tivesse passado e estivesse exercendo.

Desisti do exame".


Aguardem a parte 2.

Sunday, October 23, 2005

Dia 3: Orlando e Universal Studios


Passamos o domingo nos estudios da Universal em Orlando. Foi um passeio muito gostoso so para nos dois. Já fazia uns 10 anos desde a ultima vez que eu visitei Orlando e amei poder mostrar tudo para o Joey. Pena ter sido tão rapidinho. :( Eu bem que queria ter visto o Mickey.

No fim do dia o Joey me fez uma surpresa e me levou à uma churrascaria brasileira na Iternational Drive. Hmmmmmmmmm! :)

Para fotos, clique aqui.

Wednesday, October 19, 2005

Dia 2


Acordamos cedo no sábado para começar a nos preparar para o casorio. Como eu já disse aqui certa vez, casamento aqui na América do Norte começa muito cedo se comparado aos nossos padroes brasileiros.
De certa forma, eu até que acho isso legal. Assim não há necessidade de se esperar o dia inteiro pelo grande momento mas a correria acaba sendo muito grande.
E lá fomos nos fazer cabelo e maquiagem:


Uma coisa que eu reparei assim que cheguei foi o sotaque carregado dos sulistas. Muito dificil de entender. :)
É claro que sotaque é coisa relativa e foi somente nessa viagem que eu me dei conta do quanto eu falo "eh" quando falo inglês. Então nem dá para criticar o sotaque que a minha irmã está pegando já que eu mesma acabei contribuindo para propagar o esteriotipo do sotaque de canadense.

O dia foi bem longo: cerimonia, coquetel, jantar... E eu tentando curtir cada momentinho perto de todo mundo. No fim da noite veio a parte mais triste:nos despedir de todos. Eu chorei tanto que acabei fazendo o Joey chorar também. Um vexame. Haha! Sei lá, não me acostumo nunca com essas despedidas e apenas dois dias com a familia foi um pouco demais para o meu coracãozinho.

Meu tio e meu primo (pai e filho) tocaram na cerimonia:


No sábado à noite mesmo, Joey e eu dirigimos aproximadamente uma hora até a cidade de Jacksonville onde deixamos os noivos. Eles seguiram de lá no dia seguinte para a tão esperada lua de mel.
Joey e eu ainda dirigimos mais duas horas e meia até a cidade de Orlando na Florida, onde passamos o domingo. :)

Tuesday, October 18, 2005

A viagem- parte 1


Nosso vôo saiu de Montreal na sexta-feira às 6h15 da manhã. Isso quer dizer que às 3h30 estávamos saindo de casa rumo ao aeropoto. Fizemos uma escala em Miami e chegamos à Jacksonville (norte da Florida) um pouco depois do meio- dia. Alugamos um carrinho e seguimos em direção à Waycross, cidade dos pais do meu cunhado no estado da Georgia.



Quando chegamos em Waycross lá para umas 14h30 todos já estavam no local onde o casamento se realizaria no dia seguinte.
Foi uma choradeira so. Eu fiquei muito feliz não so em poder rever pessas que amo, mas também em poder conhecer os "in- laws" da minha irmã. Fiquei toda orgulhosa também de poder apresentar o Joey para alguns que ainda não o conheciam.
Com a minha mãe:

Com o meu pai, minha irmã e meu avô.

O resto da tarde foi so alegria. Todo mundo ajudando a decorar o local e colocando a conversa em dia. A noite todo mundo voltou lá para o ensaio e para o rehearsal dinner. Teve troca de presentes e mais choradeira.

Sacode a poeira


Depois de ter curtido a minha deprê por alguns dias, já estou me sentindo bem melhor. Não tem jeito. Os altos e baixos são fases que a gente tem que passar sem vergonha.
Ver a minha irmã se casando, encontrar os meus pais, estar cercada da MINHA familia (por aqui eu vivo emprestando a familia dos outros), passear no sol da Florida com o Joey... tudo em um misero fim de semana e depois voltar para a fria Montreal foi um choque dificinho de suportar. Mas já estou bem. Como diria o meu primo: "Tudo passa nessa vida. So não é passageiro o motorista e o cobrador". ;)

Saturday, October 15, 2005

Melancolia


Talvez seja a chuva que teima em cair.
Talvez seja apenas o cansaço.
Mas eu acho mesmo é que essa dorzinha que eu estou sentindo aqui no meu peito deve ter algo a ver com a nossa viagem do fim de semana passado.

A viagem passou como um sonho. Sabe daqueles que a gente acorda na melhor parte, tenta voltar a dormir para continuar sonhando e acaba ficando triste por não conseguir recuperar aquele momento? Então... estou me sentindo assim.
Foi tudo tão intenso, tão gostoso, tão especial mas quando eu me dei conta já estava de volta ao trabalho aqui no friozinho de Montreal.

:(

Thursday, October 13, 2005

Volei de praia


No ultimo final de semana do mês de agosto Joey e eu assistimos aos jogos das semi- finais e das finais do campeonato de volei de praia da FIVB que passou aqui por Montreal.
As duplas brasileiras dominaram o podio e nos torcemos e "tietamos" o fim de semana inteiro. Aproveitamos para tirar fotos com os jogadores e pegar autografos. Para ver algumas fotos clique aqui.

Thursday, October 06, 2005

Hockey is back


Começou essa semana a nova temporada da liga nacional de hockey (NHL). O time de Montreal venceu na estréia e promete levar o titulo esse ano. Veremos...
Eu ainda não acredito que houve realmente uma greve e que o Canadá sobreviveu um ano inteiro sem a sua paixão nacional. Imagine o Brasil sem o campeonato brasileiro de futebol!
Durante os meses de greve a Molson (marca de cerveja canadense) produziu alguns comerciais pedindo o retorno do hockey profissional. Clique aqui para ver um dos meus favoritos.

Hoje eu vi um comercial que é a continuação desse primeiro agradecendo o retorno do hockey com a musica What a feeling, hit dos anos 80. Muito engraçado. :) Pena não ter encontrado um link para deixa-lo aqui no blog também mas se você quiser assistr outros comerciais "canadeses" é so clicar aqui.

Taking off


Esse final de semana vamos ao casamento da minha irmã nos States. Meus pais estarão lá, meu avo estará lá, meu primo que eu não vejo há mais de dez anos estará lá. Estou tão anciosa que não consigo nem dormir. :) Até a volta!

Monday, October 03, 2005

Eu e o meu relogio biologico



Poema Enjoadinho
Filhos... Filhos?
Melhor não tê-los!
Mas se não os temos
Como sabê-lo?
Se não os temos
Que de consulta
Quanto silêncio
Como os queremos!
Banho de mar
Diz que é um porrete...
Cônjuge voa
Transpõe o espaço
Engole água
Fica salgada
Se iodifica
Depois, que boa
Que morenaço
Que a esposa fica!
Resultado: filho.
E então começa
A aporrinhação:
Cocô está branco
Cocô está preto
Bebe amoníaco
Comeu botão.
Filhos? Filhos
Melhor não tê-los
Noites de insônia
Cãs prematuras
Prantos convulsos
Meu Deus, salvai-o!
Filhos são o demo
Melhor não tê-los...
Mas se não os temos
Como sabê-los?
Como saber
Que macieza
Nos seus cabelos
Que cheiro morno
Na sua carne
Que gosto doce
Na sua boca!
Chupam gilete
Bebem shampoo
Ateiam fogo
No quarteirão
Porém, que coisa
Que coisa louca
Que coisa linda
Que os filhos são!

Vinícius de Moraes