Tuesday, October 23, 2007

36 semanas



Esse sábado a mamãe chega do Brasil para me ajudar e estou curtindo essa última semana sozinha aqui em casa com aquele gostinho de que daqui para frente nada será como antes.

Apesar da minha curiosidade, Joey e eu decidimos não fazer o ultrasom 3D e usar o dinheiro para tirar fotos de nós dois juntos e a barriga em um estúdio profissional aqui em Montreal. Quer dizer, eu decidi, ele concordou. :) O estúdio se chama Magenta e fizemos as fotos semana passada. Amei o resultado!

Vamos fazer uma outra sessão depois que a Bia nascer para tentar fazer uma montagem do tipo antes e depois. Ainda não tivemos acesso às fotos mas as provas ficaram muito legais. É impressionante como apesar dos quilos a mais e do inchaço a gravidez faz a gente se sentir mais bonita. :)

Do mais, o quarto da Beatriz já está prontinho, as roupinhas lavadas e guardadas, o car seat instalado ... tudo pronto para a chegada dela.

Com uma pequena dificuldade para dormir e um grande apetite já estamos na contagem regressiva.

Thursday, October 18, 2007

A trilha sonora de nossas vidas


Há anos atras assistindo Super Bowl aqui em casa uma amiga quebecoise perguntou "quem é esse? " ao ver Paul Mc Cartney tocando na TV. Fiquei passada. Tudo bem que a amiga em questão é cinco anos mais nova do que eu e cresceu nos confins do Quebec mas... como alguém pode não reconhecer Sir Paul Mc Cartney vai além da minha compreensão.

Eu, por outro lado, tive a sorte de ter sido introduzida às cançoes dos Beatles bem pequenininha. Acho que devo isso ao meu pai. Várias delas ainda me emocionam por um motivo ou por outro.

Essa semana fomos ao cinema assitir "Across the Universe". Trata-se de um musical, uma historia de amor que nasce e cresce em meio aos tumultos dos anos 60. A trama é toda pontuada por diversas cançoes dos Beatles e o trabalho é muito bem feito já que cada letra, cada musica se encaixa perfeitamente a historia apresentada.

Amei. :)

Tuesday, October 09, 2007

Chá de bebê


Beatriz e eu ganhamos um chá de bebê surpresa no ultimo fim de semana de setembro. :) Agora estamos na reta final!




Tuesday, October 02, 2007

Fight for kisses


Excelente!!As mamães e futuras mamães vão amar. :)

Monday, October 01, 2007

Deu na Folha de São Paulo de hoje:


Pensamentos quase póstumos
LUCIANO HUCK

LUCIANO HUCK foi assassinado. Manchete do "Jornal Nacional" de ontem. E eu, algumas páginas à frente neste diário, provavelmente no caderno policial. E, quem sabe, uma homenagem póstuma no caderno de cultura.
Não veria meu segundo filho. Deixaria órfã uma inocente criança. Uma jovem viúva. Uma família destroçada. Uma multidão bastante triste. Um governador envergonhado. Um presidente em silêncio.
Por quê? Por causa de um relógio.
Como brasileiro, tenho até pena dos dois pobres coitados montados naquela moto com um par de capacetes velhos e um 38 bem carregado.
Provavelmente não tiveram infância e educação, muito menos oportunidades. O que não justifica ficar tentando matar as pessoas em plena luz do dia. O lugar deles é na cadeia.
Agora, como cidadão paulistano, fico revoltado. Juro que pago todos os meus impostos, uma fortuna. E, como resultado, depois do cafezinho, em vez de balas de caramelo, quase recebo balas de chumbo na testa.
Adoro São Paulo. É a minha cidade. Nasci aqui. As minhas raízes estão aqui. Defendo esta cidade. Mas a situação está ficando indefensável.
Passei um dia na cidade nesta semana -moro no Rio por motivos profissionais- e três assaltos passaram por mim. Meu irmão, uma funcionária e eu. Foi-se um relógio que acabara de ganhar da minha esposa em comemoração ao meu aniversário. Todos nos Jardins, com assaltantes armados, de motos e revólveres.
Onde está a polícia? Onde está a "Elite da Tropa"? Quem sabe até a "Tropa de Elite"! Chamem o comandante Nascimento! Está na hora de discutirmos segurança pública de verdade. Tenho certeza de que esse tipo de assalto ao transeunte, ao motorista, não leva mais do que 30 dias para ser extinto. Dois ladrões a bordo de uma moto, com uma coleção de relógios e pertences alheios na mochila e um par de armas de fogo não se teletransportam da rua Renato Paes de Barros para o infinito.
Passo o dia pensando em como deixar as pessoas mais felizes e como tentar fazer este país mais bacana. TV diverte e a ONG que presido tem um trabalho sério e eficiente em sua missão. Meu prazer passa pelo bem-estar coletivo, não tenho dúvidas disso.
Confesso que já andei de carro blindado, mas aboli. Por filosofia. Concluí que não era isso que queria para a minha cidade. Não queria assumir que estávamos vivendo em Bogotá. Errei na mosca. Bogotá melhorou muito. E nós? Bem, nós estamos chafurdados na violência urbana e não vejo perspectiva de sairmos do atoleiro.
Escrevo este texto não para colocar a revolta de alguém que perdeu o rolex, mas a indignação de alguém que de alguma forma dirigiu sua vida e sua energia para ajudar a construir um cenário mais maduro, mais profissional, mais equilibrado e justo e concluir -com um 38 na testa- que o país está em diversas frentes caminhando nessa direção, mas, de outro lado, continua mergulhado em problemas quase "infantis" para uma sociedade moderna e justa.
De um lado, a pujança do Brasil. Mas, do outro, crianças sendo assassinadas a golpes de estilete na periferia, assaltos a mão armada sendo executados em série nos bairros ricos, corruptos notórios e comprovados mantendo-se no governo. Nem Bogotá é mais aqui.
Onde estão os projetos? Onde estão as políticas públicas de segurança? Onde está a polícia? Quem compra as centenas de relógios roubados? Onde vende? Não acredito que a polícia não saiba. Finge não saber.
Alguém consegue explicar um assassino condenado que passa final de semana em casa!? Qual é a lógica disso? Ou um par de "extraterrestres" fortemente armado desfilando pelos bairros nobres de São Paulo?
Estou à procura de um salvador da pátria. Pensei que poderia ser o Mano Brown, mas, no "Roda Vida" da última segunda-feira, descobri que ele não é nem quer ser o tal. Pensei no comandante Nascimento, mas descobri que, na verdade, "Tropa de Elite" é uma obra de ficção e que aquele na tela é o Wagner Moura, o Olavo da novela. Pensei no presidente, mas não sei no que ele está pensando.
Enfim, pensei, pensei, pensei. Enquanto isso, João Dória Jr. grita: "Cansei". O Lobão canta: "Peidei".
Pensando, cansado ou peidando, hoje posso dizer que sou parte das estatísticas da violência em São Paulo. E, se você ainda não tem um assalto para chamar de seu, não se preocupe: a sua hora vai chegar.
Desculpem o desabafo, mas, hoje amanheci um cidadão envergonhado de ser paulistano, um brasileiro humilhado por um calibre 38 e um homem que correu o risco de não ver os seus filhos crescerem por causa de um relógio.
Isso não está certo.


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LUCIANO HUCK, 36, apresentador de TV, comanda o programa "Caldeirão do Huck", na TV Globo. É diretor-presidente do Instituto Criar de TV, Cinema e Novas Mídias.


- Queila, você não tem vontade de voltar a morar no Brasil??
- Tenho! Só não tenho coragem.